A LUZ DE AISHA

A LUZ DE AISHA

SKU : 0001

Descrição

Luana Rodrigues e Aza Njeri, Gabriel Ben
22x20
1
a partir de 10 anos
9786599475450
56
05/12/2021
1
  • R$ 51,00


Etiquetas: Tags: representatividade, literatura africana, família, perda, superação, amor, empatia.

Sobre sóis, axés e cafunés: filosofia africana é base para história infantil que tece um elogio à vida.

A luz de Aisha usa ideias da filosofia kindezi, do povo bantu, para construir uma narrativa delicada sobre a responsabilidade de todos em nutrir o brilho pessoal de cada um.

Aisha é uma menina muito pequenininha, muito pretinha e muito agitadinha. É, também, dona de um sorriso capaz de iluminar cada canto ao seu redor. Não à toa seu nome, em banto, quer dizer "vida". Ela enche de sol a rotina da família, naquela pequena casa sempre muito iluminada pelo afeto. Quer dizer... Até aquele dia. Quando aconteceu de o sol não aparecer mais. Naquela tarde, Aisha ficou esperando o pai chegar, como sempre. Só que ele não chegou nunca. Justo ele, que nunca se atrasava.

A menina, então, foi vendo os membros de sua família irem se apagando e virando sombra, um a um. Só mesmo a sabedoria herdada de seus ancestrais, com o apreço pela luz e pelas palavras, poderia tirar a menina daquela enrascada. Para isso, ela precisou lançar mão da estratégia que une o poder da memória coletiva e a valorização da negritude. O enlace entre afeto, responsabilidade e poder de se reencantar - e de se reiluminar - pela vida em comum.

A filosofia kindezi, do povo bantu, explica que cada pessoa nasce com um sol interno. Mas cabe a toda a comunidade acendê-lo: atiçar o resplendor que nos ilumina a todos. "Eu sou porque Nós somos": é dessa filosofia pulsante na África Oriental que nasceu a frase, usada por pensadores brasileiros contemporâneos.

Apesar de beber na fonte do pensamento gerado na região Congo-Angola, A luz de Aisha é um livro que fala diretamente aos brasileiros. Somos o país mais negro fora do continente africano. A maioria de nossas meninas e meninos tem origem afrodiaspórica. E, dentre estes, há ainda outra maioria: a de crianças que perderam parentes próximos para o genocídio negro ainda em curso no Brasil.

Com muita delicadeza, exuberância e empatia, as autoras de A luz de Aisha ousam transformar essa história de dor, tão corriqueira, numa história que põe criatividade e afeto em primeiro plano. Na contramão das narrativas de superação, tão comuns em nossos tempos, esta obra não procura estimular a busca individual por força e coragem. Em vez disso, tece um elogio ao encantamento e à alegria como dons só alcançáveis pelo nutrir coletivo: "Eu sou porque Nós somos", afinal.

Escreva um comentário

Você deve acessar ou cadastrar-se para comentar.